No Punhos da Fúria de hoje, vou apresentar a vocês as inspirações reais de alguns personagens que aparecem na nova versão do jogo da franquia, lançado em 2019 -
Um dos protagonistas e o rosto da franquia, Haohmaru foi baseado em Myamoto Musashi: o espadachim mais famoso do mundo e base para vários outros personages foi um guerreiro, filósofo, estrategista e ronin. Apesar de ser chamado de “samurai” por várias pessoas, Musashi não nasceu em família nobre e nem era vassalo de algum shogun. Foi reconhecido plo seu estilo único de duas espadas, e atingiu o recorde de 61 duelos invictos, o que lhe fez ser considerado um Kensei, uma espécia de guerreiro santo.
Escreveu O Livro dos Cinco Anéis, um dos livros mais conhecidos sobre a cultura Samurai e sua história tem tanta informação, que pode render um punhos da fúria próprio.
O primeiro rival de Haohmaru, o misterioso Ukyo Tachibana é baseado em Sasaki Kojiro, um dos mais conhecidos rivais de Musashi, porém a veracidade de sua existência é questionada por algumas fontes.
Apesar de possuir o sobrenome Tokugawa e em Samurai Shodown 6 ele ser o xogun, Yoshitora NÃO É um Tokugawa real. No período em que o jogo se passa, no sétimo ano da era Tenmei, o Japão era governado por dois Tokugawa: o personagem das múltiplas espadas foi levemente baseado em Ienari Tokugawa – o décimo primeiro e mais longevo Shogun, que governou por mais de 50 anos (incluindo a Bakumatsu, a guerra civil japonesa que culminou na revolução Meiji – mesmo período que é pano de fundo para the Last Blade).
Mesmo não sendo exatamente o mesmo Ienari histórico, Yoshitora carrega a fama do shogun de ter várias mulheres e filhos que teve durante a vida. Yoshitora possui sete espadas com nomes de flores, mas que também podem ser nome das namoradas do shogun de Samurai Shodown. Há relatos também que a Ienari tinha uma personalidade amigável tal qual Yoshitora, mas o que é confirmado é a fama com o sexo feminino.
O representante do clã Yagiu em Samurai Shodown não é o mesmo daymio, pois a vida de Mitsuyoshi teve fim mais de cem anos antes de onde se passa o jogo, mas além do estilo de esgrima, ele herda os cargos de instrutor de espada do Shogun, sendo inclusive mestre de Yoshitora Tokugawa, e o primeiro grande rival de Haohmaru.
Talvez a personalidade histórica japonesa com a maior quantidade de encarnações, Hatori Hanzo é um lendário ninja da ilha de Iga – também não é contemporâneo a época que o jogo originalmente se passa. Nascido em 1541, foi um servo fiel de Ieiasu Tokugawa, ajudando o futuro shogun a derrubar o clá, Imagawa, sitiando o castelo do rival de Ieiasu após salvar a esposa e filhos do Tokugawa que eram mantidos reféns.
Colecionando feitos, Hanzo foi capitão de tropas do shogun e em muitas histórias ele é retratado na verdade como um samurai (incluindo todo o clã de Iga e Koga) que agia como ninja, o que traz bastante curiosidade para mítica dos guerreiros das sombras japoneses, devido as mais diversas histórias de origem – o que talvez valha um Punhos da Fúria no futuro.
Em Samurai Shodown, Hanzo é vassalo de Yoshitora e amigo de Jubei: enquando o samurai caolho age como guerreiro, Hanzo age nas sombras. No primeiro Samurai Shodown busca libertar a alma de seu filho Shinzo, que foi dominado pela alma de Amakusa.
Hanzo é uma das personalidades históricas japonesas mais conhecidas no ocidente, tendo tal qual Jubei diversas encarnações em várias mídias, incluindo no cinema mainstream de Hollywood, numa versão “atualizada” do ninja no filme Kill Bill, interpretado pelo já falecido ator Sonny Chiba que, além de Hanzo no filme de Tarantino, é a encarnação cinematográfica mais icônica de Jubei e também das encarnações do próprio Hatori Hanzo, em filmes japoneses.
Sendo a figura mais polêmica em origem histórica para o público ocidental, Amakusa, grande vilão da franquia e um dos mais icônicos da própria SNK tem inspiração em um mártir católico de mesmo nome, apesar a da SNK nunca ter admitido essa inspiração explicitamente.
Shiro Amakusa Tokisada nasceu em 1621, filho de um ronin convertido ao catolicismo. O rapaz, que era visto como santo por seus seguidos, também se tornou um ronin e liderou a Rebelião de Shimabara, sendo escolhido com base em uma poesia de São Francisco Xavier, que dizia sobre a chegada de um rapaz que seria enviado dos céus e evangelizaria o Japão. A rebelião durou cerca de um ano, com o cerco ao Castelo Hara, ocupado por Shiro e seus seguidores e encerrou com o ronin sendo decapitado.
Na franquia Samurai Shodown, Amakusa ressuscita dos mortos devido a todo seu rancor pela sua morte, e encontra, contido em Shizuka Gosen (chefe final do SamSho de 2019) o poder que necessitava para dar cabo de sua vingança: o demônio Ambrosia. No primeiro jogo da franquia, o corpo que Amakusa toma é de Hattori Shinzo, filho do grande ninja Hanzo.
Na cultura pop, a figura de Amakusa talvez nunca foi tão explorada como em Samurai Shodown – aqui no Brasil o personagem é conhecido pelo OVA de Samurai Shodown que passou no Brasil no antigo programa US Manga, além de ser brinde em revistas de videogame. Devido a seu aspecto andrógeno, o personagem foi dublado no Brasil como mulher, gerando dúvidas sobre o gênero do personagem até hoje.
E é isso, meus amigos! Lembrando que o Punhos da Fúria tem o objetivo de trazer curiosidades sobre os jogos de luta que estejam ALÉM dos jogos. Claro que as pessoas que falei aqui possuem uma história muito mais complexa, e cada uma a sua maneira é extremamente importante para a história de seu país de origem. A pesquisa feita para o vídeo é bem pouca para a quantidade de livros e artigos que temos contando a vida dessas pessoas, mas a minha intenção é de apresentar essa história a vocês!