Mas enfim o jogo foi lançado, e vamos falar um pouco sobre o estado inicial dele: claro que com o tempo algumas coisas podem ser alteradas/modificadas, então aqui vão as coisas que observei no LANÇAMENTO do jogo.
A primeira coisa a se dizer sobre Diesel Legacy é o quanto ele é bonito: não apenas isso, mas sim o quanto ele transpira personalidade em meio a outros jogos do gênero O jogo é ambientado num período próximo aos anos 20 (pelo menos começo do século 20), numa pegada que não é Steampunk, mas talvez “Dieselpunk”: uma “passado distópico”: muita gente falou do filme Metropolis para lembrar da ambientação. Eu lembrei um pouco de Batman Animated Series por conta das construções.
Mas na verdade, mesmo com tantas coisas familiares, Diesel Legacy tem uma pegada própria: personagens que não seguem o padrão “artista marcial” dos jogos de luta mais tradicionais, o que reflete em moveset, músicas e cenários: é um cenário urbano, num passado em que tá tudo ainda pior do que foi, e tá todo mundo tentando sobreviver.
Com tudo isso, eu senti muita falta de uma galeria de artes e músicas: o jogo é simplesmente lindo, talvez um dos melhores conceitos pra jogos (no geral) que vi nos últimos anos, e é um pecado não termos acesso as artes!
Falando sobre a gameplay do jogo, ela em um primeiro momento parece que é tradicional para um jogo de luta: quatro botões de ataque, movimentação padrão igual ao dos demais jogos... Mas o grande diferencial no Diesel Legacy são as lanes: você tem três “vias” para se movimentar no jogo: em um primeiro momento, parece que é um Fighting Games com movimentação estilo beat'n up, mas não: você não tem movimentação livre pelas lanes: você precisa fazer dois pra cima ou dois pra baixo para mudar: o jogo também tem um botão de dash, que te ajuda a mudar de espaço enquanto se movimenta
Cada personagem é único, mas eles seguem umas premissas parecidas, com todos tendo um launcher pra possibilidade de combos aéreos, por exemplo, mas as rotas de combos mais avançadas são mais distintas;
Soma-se a isso os modos de jogo: como cada char é único, Diesel Legacy prioriza um modo de jogo em duplas, e não um “modo tag”, mas sim as duplas ao mesmo tempo. Há também o modo Free for All, em que todo mundo enfrenta todo mundo: quatro jogadores ao mesmo tempo: aqui entra algumas necessidades que eu vejo por aqui: por mais que a Maximus deseja que esses sejam os modos mais jogados, o modo 1x1 em um jogo de luta é fundamental que tenha: cheguei a jogar uma partida dessa forma, mas apenas uma de forma aleatória, e até o momento não sei como. Você consegue jogar 1x1 nos modos de lobby (ou seja, é possível fazer torneios nesse modo, por exemplo), mas urge uma configuração para os modos aleatórios e ranqueados para o 1x1,
Mas o fato da Maximus priorizar esses modos com vários players ao mesmo tempo mostra uma confiança muito grande com o modo online, e essa confiança se mostrou verdadeira, pelo menos na minha experiência: não tive problemas nas partidas que jogquei, seja 1x1, 2x2 ou Free for All: mesmo com pequenos spikes, nada ficou ruim. Foi muito tranquilo – ponto extremamente positivo pra Maximus
O fato dele ter crossplaycom todas as plataformas hoje também é algo digno de nota: a tendência, dependendo do interesse do público é que as fileiras online sejam mais movimentadas.
Contudo, uma vez que o jogo é pensado dessa forma, faltou (na minha visão) formas mais claras de ensinar como o jogo funciona: ele possui um Tutorial para ensinar o sistema do jogo, mas acredito que ele está meio “escondido” nos menus do game; uma outra coisa que eu acho que é fundamental hoje em jogos de luta são trials: não pela medição de nível, mas sim para entender o que os personagens são capazes de fazer: mais do que medição de pipi virtual, os desafios de combo são literalmente GUIAS do que podemos fazer com os personagens.
Agora, o que mais me saltou aos olhos e realmente me deixou impressionado é a história de Diesel Legacy!
O modo Arcade é bem simples, e infelizmente não tem um final para os personagens: entendo que o modo principal é o Story Mode, mas ter pelo menos uma ilustração exclusiva para o modo arcade chama atenção da galera ir jogar ele.
Mas falando do Story Mode em si, cada personagem tem sua história, mas dentro de um mesmo padrão: no momento da gravação desse vídeo fiz apenas a história do Rory, que é um operário do “Laborão”, uma fabrica gigantesca em que as pessoas de casta mais baixa trabalham incessantemente. Ele sofre de uma doença pulmonar incurável por conta dos trabalhos na fábrica, e a descoberta de uma possível “cura” o faz entrar numa luta para derrubar o status quo atual.
Não vou dar muito spoiler da história dele, mas aqui cabe muito falar como ela é contada: praticamente toda ingame, com ótimas interações (ponto positivo para os movimentos ingame, pois nos mentos de dialogo os personagens tem poses que condizem com o que tá rolando). Há muitos momentos em que o game vira um beat'n up de fato, em que você avança e enfrenta ondas de inimigos, mas ainda tudo dentro do padrão do game: me lembrou, de forma 2D, o modo Konquest dos Mks mais antigos: onde você avança em um gameplay durante a história, e o game entrando no modo de gampelay tradicional nos bosses
Diesel Legacy é uma grande adesão a biblioteca de jogos de lutas que temos atualmente. Mais especificamente, é mais um lançamento de muita qualidade vindo de uma empresa que não está entre as principais de jogos de luta. O preço do game, que é uma das coisas que eu sempre menciono, está muito bom na minha visão: mesmo com o preço dos consoles maiores do que no PC, o valor geral, pra mim, parece abaixo do que vimos em lançamentos parecidos em jogos de luta.